Pense em alguns dos antológicos shows apresentados por Maria Bethânia ao longo dos anos 1970… Do histórico “Rosa dos ventos” (1971) a “Pássaro da manhã” (1977), todos eles trazem uma característica forte que vai além da direção de Fauzi Arap (à exceção de “Drama, luz da noite”): em cena, a intérprete era acompanhada por um trio afiado de músicos – o que, nos dias de hoje, poderia ser chamado de power trio. O Terra Trio tem sua história contada pelo jornalista Ricardo Schott no livro “Terra Trio – Uma família musical com os pés na Terra” (Editora Sonora), que será lançado nesta quarta-feira (08), na Livraria da Travessa de Ipanema.
A colaboração de José Maria Rocha e de Ricardo e Fernando Costa à música brasileira foi definitiva na trajetória de Bethânia, mas incluiu outros grandes nomes da MPB: Nara Leão (1942-1989), Martinho da Vila, Sueli Costa e Sidney Miller (1945-1980), entre outros. Este caleidoscópio é o que Schott nos apresenta na obra, que revela também um panorama de como a música instrumental era vista no Brasil em idos dos anos 1970.
Além de entrevistas com os integrantes e com artistas que foram acompanhados pelo conjunto, o jornalista contou com o material guardado por alguém que acompanhou, de perto, o surgimento do grupo num apartamento em Ipanema: Dona Emília, mãe dos irmãos.
– Não por acaso, vários artistas falam que Dona Emília era, antes de mãe dos três, a “mãe” do Terra Trio. E, consequentemente, a mãe de toda uma sonoridade que marcou a MPB – explica Schott que, aos 48 anos, é um dos mais respeitados jornalistas e críticos musicais do Rio de Janeiro.