O cantor e compositor Pepeu Gomes, o mais importante guitarrista em atividade no país, deu a cada um dos seus filhos nomes muito originais. Alguns deles ligados a características genuinamente brasileiras como o de Zabelê, sua filha cantora, cujo nome é o da ave comumente encontrada no Cerrado brasileiro, bioma presente no norte de Minas Gerais e em parte do Nordeste. Em depoimento ao NEW MAG, o artista se solidarizou ao cantor e compositor Seu Jorge, que fora impedido de registrar o filho com o nome de Samba.
– Vi com muita normalidade o fato de Seu Jorge querer dar ao filho o nome de Samba. Não vi nada demais que pudesse desabonar esse gesto – declarou Pepeu ao NEW MAG por telefone, no fim da tarde desta terça-feira (23).
Nascido na Bahia, Pepeu se aproximou mais do samba nos anos 1970, quando integrou o grupo Novos Baianos, que inovou ao misturar a guitarra elétrica ao cavaquinho e à percussão. O resultado mais contundente dessa mistura está no LP “Acabou chorare”, de 1972, cujo repertório foi influenciado pelo violão e pelo canto de João Gilberto (1931-2019).
Para Pepeu, o fato de alguém receber o nome de Samba é também uma deferência a esse gênero musical que tanto ajudou a dar ao Brasil a visibilidade que o país conquistou no exterior.
– Vejo a atitude do seu Jorge, primeiramente, como a de prestigiar um ritmo genuinamente brasileiro, que teve a vertente de projetar o país para o resto do mundo. Acho esse impedimento uma tremenda burrice – arremata o artista.