Há mais de 15 anos, Rita Benneditto dedica-se de forma ininterrupta ao sucesso “Tecnomacumba”, um projeto que exalta às raízes das religiões afro-brasileiras, fortemente presentes em toda a sua carreira, com arranjos modernos e tecnológicos. Por questões de direitos autorais, a artista, que antes assinava como “Rita Ribeiro”, adotou, em 2012, o nome “Benneditto” em homenagem ao seu pai, Fausto Benedito Ribeiro, e também à sua cidade natal São Benedito do Rio Preto (MA). Em 2020, Rita estreou, em São Paulo, o show “Samba de Benneditto”, e tinha, até a metade daquele ano, uma agenda repleta de shows que precisaram ser suspensos por conta da pandemia. Passado este difícil momento, a artista tem agora a oportunidade de mostrar ao público esta outra face de sua carreira, e retoma o projeto para começar o ano com muito samba no pé. Em única apresentação, “Samba de Benneditto” acontece no dia 27 de janeiro no Teatro Rival Refit, no Centro do Rio de Janeiro.
Rita falou ao NEW MAG sobre a alegria de voltar aos palcos com o projeto. No show, a artista passeia pelo Maranhão, sua terra natal, e traz o seu olhar sobre as muitas formas que o samba é executado em diversas regiões do país. O repertório apresenta 16 canções, entre clássicos, autorais e inéditos, alguns confiados a ela por autores consagrados ou da mesma geração da intérprete. Sucessos como “Rainha do Mar”, de Dorival Caymmi (1914-2008) e “Caramba, galileu da galiléia”, de Jorge Ben Jor, fazem parte do show.
– É sempre uma alegria retornar aos palcos com o show “Samba de Benneditto”. A sensação é de renovação e afirmação da energia ancestral que o samba, como um dos maiores gêneros da música brasileira, me proporciona. Samba de Benneditto é o samba do meu axé, do meu encanto, é ginga de malandro e preto velho, é samba de roda, reggae, bossa e breque. É samba meu, seu e nosso. Tem força e fé. É de muito saravá e axé – afirmou a artista ao NEW MAG.
Além disso, Rita também joga luz para o legado das saudosas sambistas Jovelina Pérola Negra (1944-1998) e Dona Ivone Lara (1921-2018), mulheres que conseguiram se impor em um meio que, durante anos, foi majoritariamente masculino. Do repertório de Jovelina, Rita selecionou “Água de Cachoeira”. Já de Dona Ivone, a artista apresenta “ Axé de Ianga (Pai maior)”. Benneditto, seja!
Crédito da foto: Thais Gallart