A “Ária de Figaro” fez de “O barbeiro de Sevilha” uma das óperas mais conhecidas no mundo. Esse clássico, de Rossini, chega ressignificado ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde estreia nesta sexta (18) e faz apresentações no domingo (20) e na quarta (23), fechando o pano no próximo sábado (26).
Com direção e concepção de Julianna Santos, a versão pretende dar (mais) voz a personagens como Rosina, uma das poucas representantes do sexo feminino no libreto. Esse olhar sobre o feminino é reforçado também nos cenários, a cargo da artista ítalo-brasileira Giorgia Massetani.
A ambientação foi pensada e construída de forma a revelar transparências, sejam das cenas e das vidas dos personagens. A trama foi também reambientada. A estória se passa nos anos 1940 e as referências estão por toda a parte. Em especial, nos figurinos de Olintho Malaquias, que fazem menção ao Pós-Guerra.
O barbeiro não está hype nem hipster, mas, sim, atualizou-se. Nesses tempos em que o contexto em que as obras foram criadas perde o valor – e tudo, absolutamente tudo, corre o risco de ser cancelado – atualizar-se pode ser a (melhor) saída.
Crédito da imagem: Daniel A. Rodrigues