No teatro há a chamada peça de repertório, que pode ser revisitada por um elenco de quando em quando. O monólogo favorece que uma montagem faça parte do repertório de um ator. E Clarice Niskier, uma das maiores atrizes da sua geração, tem no solo “A alma imoral” uma grande peça de repertório. Tanto é que ela a encena há muitos anos, intercalando as apresentações com as temporadas de novos espetáculos.
E Clarice está de volta com o solo ao Rio de Janeiro. A peça foi criada a partir do livro homônimo, escrito pelo rabino Nilton Bonder, e reestreou, na noite da última quarta-feira (02), atraindo famosos à Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Na montagem, com supervisão de Amir Haddad, Clarice elenca algumas das parábolas do livro numa encenação cativante. E o público, de tão envolvido, não sente o tempo passar e abstrai o fato de a atriz estar nua em pelo na cena. Tudo isso se dá pelo fato de que o que é narrado envolver a todos na plateia. “A alma imoral” é mais do que uma peça de repertório; é uma peça de resistência. É impossível, por isso, resistir a ela.
Crédito das imagens: Thiago Andrade