Escritas negras importam

novembro 1, 2022

Exposição exalta escritoras negras de ontem e hoje como Maria Firmino dos Reis e Conceição Evaristo

Autora do obrigatório “Quarto de despejo”, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) experimentou, ao longo da vida, outros estilos de narrativas como as do conto e a da crônica. Não conseguiu dar a eles a mesma projeção da obra que a consagrou. Tudo por uma razão: o estigma que só a associava a um único (e grande) livro.

Carolina é uma das autoras negras brasileiras homenageadas na exposição “De Úrsula a Ponciá Vivêncio”, com dez obras da pintora Malu Vibe. O título da mostra traz referências a obras que remetem ao pioneirismo de Maria Firmino dos Reis (1822-1917) à atualidade de Conceição Evaristo. Enquanto a primeira publicou “Úrsula”, em 1859, Evaristo tem entre seus livros “Ponciá Vivêncio”, editado em 2003.

Com curadoria de Ariani Teodoro e pesquisa de Bianca Ferraz, a exposição foi aberta, na tarde da última segunda-feira (31), no Espaço SerCidadão, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A mostra celebra o bicentenário da Independência do Brasil e joga luz sobre mulheres negras que têm com a escrita literária mais do que uma vocação; um sacerdócio.

Muitas dessas escritoras ainda são invisíveis pela sociedade. Que a exposição seja, então,  o início de uma virada de página – no sentido de atrair leitores ao legado que confiaram a nós, brasileiros.

Crédito das imagens: Marco Rodrigues

Pablo Pantoja, a pintora Malu Vibe, Zoe Beck e Javier Rannazzo
Letícia Monte e Ariani Teodoro
A pesquisadora Bianca Ferraz entre Keila Gomes e Carol Dall Farra

 

 

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