Há uma expressão surgida no âmbito do marketing que tem sido cada vez mais ouvida fora daquele circuito: case de sucesso. Pois a união entre a poesia de Fernando Pessoa (1888-1935) e a Studio3 Cia de Dança é, sem sombra de dúvidas, um case de sucesso. Prova disso está em “Pessoa(s)”. O espetáculo estreou em abril, quando reabriu o MASP Auditório, em São Paulo, e, arrebatando plateias desde então, volta agora para mais duas apresentações, sexta (21) e sábado (22), às 20h, no mesmo MASP Auditório que o consagrou. A entrada para as sessões é franca, e os ingressos podem ser retirados duas horas antes de cada apresentação.
O espetáculo, concebido por Anselmo Zolla e William Pereira, tem como premissa um “eu” que se desdobra em outros num conjunto em que os bailarinos são os famosos heterônimos do poeta português. E, juntos, constroem cenas nas quais a palavra poética se materializa nos gestos, nos corpos e nas coreografias, assinadas por Zolla com direção cênica de Pereira.
O único dos seus livros que viu publicado foi “Mensagem”, editado em 1934. Os demais escritos do poeta ficaram guardados num baú, sendo publicados postumamente. A partir disso, a cenógrafa Renata Pati criou um espaço cênico composto por aparas de papel, fragmentos poéticos e por baús que guardam e revelam histórias humanas.
Já os figurinos, assinados pelo premiado Fábio Namatame, colaboram com a movimentação cênica ao mesmo tempo em que ajudam a revelar a trama. A concepção cênica é acrescida ainda da iluminação de Caetano Vilela e da trilha escolhida pelo DJ e produtor musical Felipe Venancio.
Criada em 2005, a Studio3 Cia. de Dança já representou o país em apresentações internacionais em cidades como Milão, na Itália; Paris e Lyon, na França; Regensburg, na Alemanha, e Lisboa e Porto, em Portugal. Sua criação representa a consolidação de um trabalho artístico cuidadosamente preparado pelo seu coreógrafo e diretor artístico, Anselmo Zolla, sob a direção geral de Evelyn Baruque.