Beth Carvalho (1946-2019) teve (e tem) uma importância na cultura brasileira que vai muito além do samba.Coube a ela, garimpeira de pérolas musicais, tornar conhecidas duas obras-primas de Cartola (1908-1980): “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”, lançadas nos álbuns “Mundo melhor” (1976) e “Nos botequins da vida” (1977), respectivamente. Mas foi, em 1978, que Beth lançou o que ficaria conhecida como Geração do Cacique de Ramos ao gravar, no LP “De pé no chão”, autores como Almir Guineto, Arlindo Cruz, Jorge Aragão e o Fundo de Quintal. Nascia ali o epíteto de Madrinha do Samba que acompanharia a artista ao longo da vida.
O legado e a trajetória da cantora inspiraram o documentário “Andança – Os encontros e as memórias de Beth Carvalho”. Dirigido por Pedro Bronz, o filme foi lançado na noite da última terça-feira (11), no Cine Odeon, dentro da programação do Festival do Rio. O filme usa imagens do acervo da própria artista e, até então, inéditas. Foram 800 fitas analisadas e decupadas pelo diretor, que iniciou o processo com Beth ainda viva.
A sala, lotada, reuniu nomes importantes na vida da artista como Edmundo Souto, um dos autores de “Andança”; o empresário Afonso Carvalho, que cuidou da carreira de Beth por anos, além da filha e da irmã da artista, Luana e Vânia Carvalho.
Crédito das imagens: Eny Miranda