Literatura e audiovisual

outubro 9, 2022

O escritor e roteirista Raphael Montes é entrevistado pelo novelista Silvio de Abreu no RioMarket

Raphael Montes é um dos autores mais populares do romance policial no Brasil hoje. Prova disso foi a conquista do Troféu Jabuti por “Uma Mulher no Escuro”, e o roteiro de sucesso feito em sua imersão na TV, “Bom Dia, Verônica”, da Netflix. O autor e escritor uniu-se ao novelista Silvio de Abreu no último sábado (8), para um bate-papo sobre literatura e audiovisual. Silvio e Raphael, que atualmente atuam em projetos para o HBO Max, falaram do passado e anteciparam os planos para o futuro. O encontro aconteceu na Villa Aymoré, campus da ESPM, na Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro.

– Como meus livros têm fama de serem muito visuais, começaram a me chamar para narrativas audiovisuais. Na minha casa, não havia livros. Meus pais não são de ler muito. Eu gostava de novelas e de colecionar bonecos. Lendo Sherlock Holmes e Agatha Christie, eu me achei no policial. Meu primeiro conto eu escrevi em aula e falava de uma professora que queria matar todos os alunos – contou Raphael, que também é autor do filme “Praça Paris”, e em 2021, levou ao streaming “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, no Amazon Prime.

O autor Silvio de Abreu, responsável por escrever novelas cultuadas como “Guerra dos Sexos” e “Torre de Babel”, falou das telesséries, um formato realizado com Montes para o HBO Max, e destacou o poder de emoção dos folhetins:

A telessérie busca na novela a emoção. A novela é uma obra concebida com 200 e tantos capítulos e você não pode concentrar tudo num só núcleo, para não matar o elenco de exaustão. Tem que ter vários núcleos explicou o novelista.

Neste formato desenvolvido para o canal, Raphael explicou que tenta sempre fazer uma ruptura com o clássico da teledramaturgia nacional e experimentar cada novo capítulo como um gancho de novela, como se fosse uma revelação.

Quando eu fui da literatura para o audiovisual, ouvi muita gente falar: ‘Ih, desiste. Escritor não sabe fazer roteiro’. Mas eu tentei. É possível. Todos os formatos me dão prazer. Basta saber desligar uma chavinha e ligar outra. Hoje, fazendo muitos roteiros, quando eu sento pra escrever um livro, às vezes demora pra engrenar. Mas vai arrematou Montes.

Crédito da foto: Mariana Bege

Foto em destaque: O romancista carioca Raphael Montes e o novelista Silvio de Abreu no RioMarket.

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