O nome de Benjamim de Oliveira é de suma importância para o humor no Brasil. O fato de ele, em fins do século XIX, ter persistido na sua vocação, fez com que, anos mais tarde, abrisse caminho para nomes como Tião Macalé (1923-1993) e Mussum (1941-1994). Explica-se: Benjamim de Oliveira foi o primeiro palhaço negro do Brasil.
E sua história será contada no teatro. Mais exatamente no musical “Benjamim, o palhaço negro” que estreia no Teatro Cesgranrio nesta sexta-feira (07) ficando em cartaz até o dia 16, em curta temporada.
– A ideia surgiu dos meus questionamentos sobre a falta de pessoas pretas no palco, de histórias pretas sendo contadas pelo nosso olhar. Na época, tinha 16 anos, era um jovem da Zona Norte com vontade de realizar histórias no teatro musical. Então, resolvi pesquisar sobre pessoas pretas importantes para nossa cultura – explica Tauã Delmiro, diretor do espetáculo, cuja dramaturgia contou com a colaboração do elenco a partir do roteiro de Rebeca Bittencourt. Já os temas musicais são assinados por James Lau.
Realizado em parceria entre a Belfort Produções e a Produtora Alada, o espetáculo traz no elenco seis jovens artistas negros que ao mesmo tempo em que interpretam os personagens que passaram pela vida de Benjamim, levam à narrativa experiências pessoais que tratam de vários tipos de racismo, como conta o diretor:
– O espetáculo tem o propósito de resgatar a figura de um artista preto para contribuir no processo de reafirmação da autoestima da comunidade. No entanto, durante os ensaios, os atores e atrizes se identificaram tanto com a história dele, que optaram por tornar a obra uma plataforma para dialogar com suas próprias trajetórias.