O Circo Voador estava armado no Arpoador, seu berço original na Zona Sul do Rio de Janeiro, quando uma banda ainda desconhecida fez ali sua estreia. A banda em questão era o Barão Vermelho que, fazendo jus ao nome, não tardaria a alçar voo. Tanto que, pouco tempo depois, voltaria ao Circo, já transferido para a Lapa (onde está até hoje), para lançar seu LP de estreia.
O Barão já passou por diferentes formações. Estreou com Cazuza (1958-1990) nos vocais, Dé Palmeira na formação original e, com a saída do Exagerado, Roberto Frejat assume os vocais e, anos mais tarde, parte em voo solo. Sim, foram muitas as formações, sem que a banda nunca perdesse o baronato. E mantém a pompa há 40 anos. E essas quatro décadas de muito rock (puro ou misturado) pedem uma celebração à altura.
Tendo hoje Rodrigo Suricato (guitarra e vocais), os decanos Guto Goffi (batera), Maurício Barros (teclados) e o veterano Fernando Magalhães (guitarra e violão), o Barão lança o EP “Blues e baladas”, dia 30, nas plataformas e, no dia seguinte (1º de outubro), apresenta o show comemorativo no… Circo Voador (e onde mais?).
– A história do Barão se mistura com a do Circo. Um dos nossos primeiros shows foi lá, ainda no Arpoador. Depois, quando foi pra Lapa, lançamos nosso primeiro disco com a lona lotada. Ao longo de quatro décadas, momentos marcantes da história da banda aconteceram ali, culminando com a gravação do CD/DVD ao vivo – rememora Barros.
“Blues e baladas” é o terceiro título de lançamentos que abarcam “Acústico” e “Clássicos” num pacote de presente (para os fãs) que, além da turnê, inclui série para o Globoplay e um álbum a ser lançado. O novo EP talvez seja o que mais tenha a ver com o DNA do grupo e também com a gênese do que veio a ser classificado como música pop.
– O blues é o pai do rock, o elo de ligação entre a África e a música americana – arremata Goffi.
Elo entre África e a música americana e também uma ponde (sólida) para a música do Barão.
Que venham mais e mais voos!
Crédito da imagem: Marcos Hermes